O
exercício fotográfico é uma espécie de truque. Quando fotografamos, revelamos
aquilo que está na frente da lente, mas ocultamos o que está por trás da
câmara.
Desta
forma, quem vê a fotografia impressa pode colocar-se no lugar de observador e
ver a cena estabelecendo uma relação directa. As fotografias feitas dentro
desse espírito, são aquelas que nos fazem cair nessa ilusão sem nos lembrarmos
que havia alguém a fotografar.
E
o que é que está por trás da câmara e se torna oculto?
É
o próprio fotógrafo. O fotógrafo é um fantasma, que cria a ligação directa
entre aquilo que ele fotografa e quem vê as suas imagens, montando essa relação
de forma engenhosa, a fim de permanecer invisível.
O
trabalho de muitos fotógrafos é o de estabelecer sentidos e significados baseados
nessa ilusão que a máquina fotográfica permite.
É provável que o acto de
fotografar seja tão atraente e popular, pela simples razão que cria essa
possibilidade do autor oculto. Um interveniente que pode mostrar sem se
implicar, um participante
DESAFIO-TE
PARA ESTE PROJECTO:
“EU
FOTOGRAFO-TE QUANDO TU FOTOGRAFAS”
Combinas com um amigo que faça
fotografia, uma saída em conjunto, ou pedes-lhe para o acompanhar quando ele
for fotografar. Não interessa o tipo de fotografia que ele vai fazer, mas a sua
fotografia, a do mesmo instante em que tu disparas o obturador da tua máquina,
terá que fazer parte das duas imagens que apresentarão para a edição de um
livro com o título deste projecto.
É um trabalho de equipa, da
equipa que tu escolheres para a criação dessas duas imagens complementares.
Mas há uma outra condição para
que ambos possam participar. A tua fotografia será a preto e branco, mas a que
foi feita pelo fotógrafo que fotografas, terá que ser a cores.
Não interessa se ele
fotografou uma paisagem ou fez um retrato, uma fotografia de rua, uma natureza
morta, ou um nu. Tem que ser a cores.
Também não é importante o equipamento
que ele usa, bem como a edição que ele escolheu para a apresentar. Mas é
exigível que o cenário e o momento de ambas as fotografias sejam coincidentes.
MÃOS À OBRA.
1 comentário:
Viva, Luís!
Acabei de mandar as duas fotografias.
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