terça-feira, 4 de setembro de 2018

O FOTÓGRAFO

O exercício fotográfico é uma espécie de truque. Quando fotografamos, revelamos aquilo que está na frente da lente, mas ocultamos o que está por trás da câmara.
Desta forma, quem vê a fotografia impressa pode colocar-se no lugar de observador e ver a cena estabelecendo uma relação directa. As fotografias feitas dentro desse espírito, são aquelas que nos fazem cair nessa ilusão sem nos lembrarmos que havia alguém a fotografar.
E o que é que está por trás da câmara e se torna oculto?
É o próprio fotógrafo. O fotógrafo é um fantasma, que cria a ligação directa entre aquilo que ele fotografa e quem vê as suas imagens, montando essa relação de forma engenhosa, a fim de permanecer invisível.
O trabalho de muitos fotógrafos é o de estabelecer sentidos e significados baseados nessa ilusão que a máquina fotográfica permite.
É provável que o acto de fotografar seja tão atraente e popular, pela simples razão que cria essa possibilidade do autor oculto. Um interveniente que pode mostrar sem se implicar, um participante

DESAFIO-TE PARA ESTE PROJECTO:
“EU FOTOGRAFO-TE QUANDO TU FOTOGRAFAS”

Combinas com um amigo que faça fotografia, uma saída em conjunto, ou pedes-lhe para o acompanhar quando ele for fotografar. Não interessa o tipo de fotografia que ele vai fazer, mas a sua fotografia, a do mesmo instante em que tu disparas o obturador da tua máquina, terá que fazer parte das duas imagens que apresentarão para a edição de um livro com o título deste projecto.
É um trabalho de equipa, da equipa que tu escolheres para a criação dessas duas imagens complementares.
Mas há uma outra condição para que ambos possam participar. A tua fotografia será a preto e branco, mas a que foi feita pelo fotógrafo que fotografas, terá que ser a cores.
Não interessa se ele fotografou uma paisagem ou fez um retrato, uma fotografia de rua, uma natureza morta, ou um nu. Tem que ser a cores.
Também não é importante o equipamento que ele usa, bem como a edição que ele escolheu para a apresentar. Mas é exigível que o cenário e o momento de ambas as fotografias sejam coincidentes.
MÃOS À OBRA.

1 comentário:

por um fio disse...

Viva, Luís!
Acabei de mandar as duas fotografias.