quarta-feira, 22 de abril de 2020

ELEMENTOS PARA MELHOR CONHECER A HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA

400 a.C. - Aproximadamente em 400 AEC o filósofo chinês Mozi descreve o princípio de funcionamento da câmara escura. Trata-se do primeiro registro escrito desse princípio, e Mozi concluiu corretamente que na câmara escura a imagem é projetada invertida como resultado do trajecto em linha recta que a luz percorre desde sua fonte. Nos séculos seguintes esse princípio seria notado de maneira independente por Aristóteles e Euclides.
1021 - Provavelmente em 1021 o físico árabe Alhazen publica o seu Livro de Óptica, que aprofunda o conhecimento sobre as câmaras escuras. Através de traduções latinas, essa obra inspira pensadores como  Roger Bacon,  Leonardo Da Vinci,  René Descartes e Johannes Kepler.
1558 - Perto de 1558 as descrições de Alhazen são estudadas pelo italiano Giambattista della Porta, que, baseado nas primeiras experimentações com uma lente, como Girolamo Cardano, propõe, referindo-se à adição de lentes à câmara escura, com o objetivo de focar mais claramente as imagens projetadas.
1600 - Desde o século VX o uso de câmaras escuras difunde-se como auxilio para a realização de pinturas e desenhos, e existem evidências de que grandes mestres, nomeadamente Vermeer, tenham utilizado esse dispositivo.
1727 - Johann Heinrich Schulze faz impressões temporárias de palavras, usando stencils, luz solar e uma mistura engarrafada de giz e nitrato de prata em ácido nítrico, como uma maneira de demonstrar que essa mistura escurece quando exposta à luz.
1758 - John Dolland inventa a lente acromática.
1777 - O sueco Carl Wilhelm Scheele publica a obra “Chemische Abhandlung von der Luft und dem Feuer” (em português, “Observação Química e Experimentações com Ar e Fogo”), no qual demonstra que o cloreto de prata é especialmente susceptível ao escurecimento pela luz, e que uma vez escurecido torna-se insolúvel em soluções de amoníaco.
1806 - Thomas Wedgwood propõe-se realizar imagens permanentes numa superfície durável revestida com um produto químico sensível à luz, e juntamente com Humphry Davy publica um relato de um método para copiar pinturas em vidro, e fazer perfis, pela acção da luz sobre nitrato de prata. Contudo, o processo descrito só permite produzir silhuetas e outras imagens de sombra, e é incapaz de torná-las permanentes.
1816 - Nicéphore Niépce consegue fazer fotografias negativas de imagens captadas por uma câmara, em papel revestido com cloreto de prata, mas não consegue impedi-las de obscurecer quando expostas à luz.
1822 - Nicéphore Niépce abandona a fotografia com haleto de prata, e tenta usar revestimentos finos de betume em metal e vidro. Ele cria a primeira fotogravura fixa e permanente, uma cópia de uma gravura do Papa Pio VII, por impressão de conctato directo, sem utilizar uma câmara ou lente.
1826 - Nicéphore Niépce realiza a primeira fotografia permanente usando uma câmara, através do processo que baptiza de heliografia.
1834 - Hércule Florence, um pintor e explorador suíço-brasileiro, e o inventor isolado de fotografia no Brasil, cunha a palavra fotografia para descrever sua técnica, pelo menos quatro anos antes de John Herschel criar o termo photography em inglês.
1835 - William Fox Talbot inventa o processo fotográfico nas etapas (positivo/negativo), que viria a tornar-se o padrão da fotografia até a emergência da fotografia digital. Esse processo só seria apresentado publicamente em 1839.
1837 - Louis Daguerre patenteia o processo do daguerreótipo. Esse processo produz fotografias permanentes e detalhadas, em folhas de cobre revestidas de prata. Inicialmente ele precisa de vários minutos de exposição, mas melhorias posteriores reduzem o tempo de exposição para alguns segundos. A fotografia torna-se conhecida pelo grande público e o processo de Daguerre é usado em todo o mundo.
1839 - Sarah Anne Bright cria uma série de fotogramas, dos quais seis ainda existem. Estas são as primeiras imagens fotográficas sobreviventes criadas por uma mulher.
1839 - John Herschel introduz o tiossulfato de sódio como fixador eficaz para todos os processos fotográficos a base de prata.
1840 - William Fox Talbot patenteia o processo do calótipo, uma versão melhorada do seu processo anterior, que reduz consideravelmente o tempo de exposição.
1841 - Josef Maximilian Petzval desenvolve a primeira objectiva destinada especificamente à fotografia, a chamada lente Petxval, que é fabricada pela Voigtlander.
1848 - Alexandre Edmond Becquerel faz as primeiras fotografias coloridas, nessa época apenas curiosidades de laboratório: uma exposição que dura horas ou dias é necessária e as cores são tão sensíveis à luz que por vezes desaparecem diante dos olhos do espectador.
1849 - Frederick Scott Archer inventa o processo de placa húmida de colódio, usado em placas, ambrótipos e ferrótipos.
1850 - Com a popularização do processo fotográfico, através do daguerreótipo, a partir de 1850 as câmaras conhecem inovações. As simples caixas rígidas de madeira e de foco fixo dão lugar a câmaras que permitem regular o foco, primeiro por meio de duas caixas de madeira interconectadas que podem ser afastadas umas das outras, e depois por meio de foles ligando a objetiva à câmara onde o filme é exposto.
1854 - André-Adolphe-Eugène Disdéri introduz o formato carte de viste para retratos. Disdéri usa uma câmara com lentes múltiplas que podem fotografar oito poses diferentes num grande negativo, que depois de revelado é reproduzido em papel de albumina, que por sua vez é cortado dando origem a fotografias individuais.
1861 - James Clerk Maxwell apresenta uma imagem colorida baseada no processo de cores aditivas, a primeira demonstração de fotografia usando o método de três cores. Para formar a imagem colorida, ele usa três fotografias em preto e branco projetadas através de filtros de cores vermelha, verde e azul. A imagem projectada é temporária, mas o conjunto de três cores separadas constitui a primeira fotografia colorida durável.
1864 - Início da comercialização da Dubroni n. 1, a primeira câmara a permitir sensibilizar e revelar placas no interior da própria câmara, eliminando a necessidade de uma caixa ou sala escura separada.
1868 - Louis Ducos du Hauron patenteia as suas muitas ideias para a fotografia a cores com base no princípio de três cores, incluindo procedimentos para fazer impressões coloridas em papel pelo método subtrativo. Elas são publicadas no ano seguinte, mas a sua implementação não é muito prática nessa época. Contudo, as suas ideias antecipam a maioria dos processos de fotografia a cores que são introduzidos mais tarde.
1871 - Richard Leach Maddox inventa o processo de placa seca, usando uma emulsão de gelatina e brometo de prata. Essa inovação permite a produção de placas, e mais tarde de filme, pré-sensibilizados e prontos para uso.
1873 - Hermann Wilhelm Vogel descobre a sensibilização de corantes, permitindo que as emulsões fotográficas da época, sensíveis ao azul, se tornem sensíveis à luz verde, amarela e vermelha. Problemas técnicos atrasam o primeiro uso de sensibilização de corantes em produto comercial até meados da década de 1880.
1876 - Ferdinand Hurter e Vero Charles Driffield iniciam a avaliação sistemática das características de sensibilidade das emulsões fotográficas, dando origem a um novo campo de conhecimento: a ciência da sensitometria.
1878 - Charles Harper Bennett descreve o amadurecimento das emulsões fotográficas por calor. Isso aumenta consideravelmente a sua sensibilidade e possibilita exposições muito mais rápidas, próximas do instantâneo.
1878 - Eadweard Muybridge captura o movimento de um cavalo com o uso de várias câmaras.
1885 - Apresentação do filme fotográfico por George Eastman, inicialmente numa base de papel e desde 1887 em base de celulóide. Por causa deste e de numerosas outras criações a sua empresa, Kodak, tornar-se-á referência em fotografia.
1888 - A Kodak lança uma câmara simples de usar, a Kodak n. 1, com o slogan "você pressiona o botão, nós fazemos o resto".
1891 - Gabriel Lippmann anuncia um "método de reprodução fotográfica de cores, baseado no fenómeno da interferência". Esta criação, que permite reproduzir em filme fotográfico as cores do espectro visível da luz, em 1908 rende-lhe o Prémio Nobel de Física.
1891 - William Kennedy Laurie Dickson desenvolve o cinetoscópio enquanto trabalha para Thomas Edison.
1895 - Auguste e Louis Lumière iniciam a comercialização do cinematógrafo, que desde o ano anterior vinha sendo testado publicamente na França e na Bélgica.
1897 - A Kodak apresenta a Folding Pocket, a primeira câmara dobrável e efectivamente portável. Em dezoito anos de comercialização, vendeu impressionantes 200 mil unidades.


UM RAIO X DAS ORIGENS DA FOTOGRAFIA

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