segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

O FIM DE UM CICLO
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Em 2012, hoje pelas 24 horas locais, termina muita coisa. De algumas que por aqui se ficam, vou ter saudades. De outras, recebo a notícia com alegria, pois estavam por cá há tempo demais. 2013 não nos trará aquelas coisas boas que todos desejamos, mas haja esperança e força de vontade para que consigamos aniquilar o tumor maligno que nos corrói o optimismo...
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Os Blogues "1 nada + ao lado", o "efequatro" e o "FÉNIX fotografia", terminam o seu percurso...
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E... parece, que o "Ciclo de Abril" está em vias de terminar.


Portugal ainda tem o mesmo regime democrático mas transformado numa palhaçada, tem a mesma Constituição da República mas aquele que jurou respeitá-la e fazê-la respeitar parece ignorar as obrigações do mandato que os portugueses lhe confiaram, tem um Ministério Público responsável pela defesa da democracia mas está nas mãos de um estranho sindicato e a Ministra da Justiça até ameaça tudo e todos com um suposto fim da impunidade.

pelo menos, assim se pode ler no "post" de
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E, porque isto não são só tristezas, termino transcrevendo a 15ª recomendação do Miguel Sousa Tavares no Expresso de sábado último:

Enfim, depois da meia-noite, dos saltinhos das passas, dos telefonemas, dos beijinhos e abraços, vá ver o seu Twitter e o seu Facebook: além dos 234 likes de novos amigos a responder à sua mensagem de bom ano, talvez lá encontre também um twit da Laura e do Pedro e um post do Aníbal. A Laura e o Pedro vão garantir que 3013, perdão, 2014, ou, melhor, 2015, vai ser um ano de retoma, depois do sucesso do processo de ajustamento. E o Aníbal vai recordar que já tinha avisado que, a seguir a 2012, vinha 2013.
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Tenham todos um 2013 muito feliz.
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PORTO - RUA ALEXANDRE BRAGA #2
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foto - LUIS RAPOSO
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PORTO - RUA ALEXANDRE BRAGA
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foto - LUIS RAPOSO
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Mostra Colectiva de Fotografia
Na Galeria Geraldes da Silva

"In the shade of time" de Alexandre Manuel,
"A tradição do nu" de Rúben Garcia,
"Persona" de João Cruz
e
"Secret woods" de Rita Stravinsky.

Inauguração no próximo dia 05 de Janeiro às 16:00h
Patente até 31 de Janeiro

ESPAÇO do COLECTIVO f4
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foto - HIPSTAMATIC PORTUGAL
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"Que estranho!?..."
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foto - LUIS RAPOSO
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COISAS da MÚSICA
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foto - LUIS RAPOSO
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KAPA
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Em 1991, a saudosa revista K, publicava uma entrevista ao investigador Augusto Mascarenhas Barreto, que me apetece partilhar convosco neste último dia de 2012.
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A meio diz-se assim:


Mascarenhas Barreto:  A Comissão dos Descobrimentos está preocupadíssima com o facto de o meu livro poder perturbar as relações subservientes e de sujeição em relação aos interesses espanhóis, italianos e de toda a CEE. E com a característica que têm os portugueses de há uns anos para cá, de se agacharem sempre, sistematicamente, puseram-se de gatas perante os estrangeiros. Vêem que os estrangeiros estão a tornar-se donos do país, mas não se importam, porque têm também as suas Comissões, têm os seus interesses. E depois, o Portugal que fica é o dos outros, não lhes interessa nada. Este, é o problema. Sob o aspecto cultural, passa-se o mesmo. 
Estão a fazer o jogo do estrangeiro, permitem ser insultados. Consentem que digam que nós não sabíamos navegar, que foram os espanhóis e os italianos que nos ensinaram a fazê-lo. Para eles está tudo bem; não lhes interessa que digam que o nosso rei D. João II era um ignorante e que deixou que Colombo fosse para ocidente, por não saber que a terra era redonda, quando o próprio emblema de D. João II é a esfera armilar (que está hoje adoptada pelos espanhóis como símbolo da Exposição Universal que eles vão ter em Sevilha). Os espanhóis é que ainda precisaram de sete anos para ver que o mundo era redondo... E como curiosidade, é bom saber que os desgraçados dos arquitectos do pavilhão português dessa Exposição Universal, consideraram "uma saloiice" a utilização dos símbolos portugueses, a esfera armilar e a cruz da Ordem de Cristo, no pavilhão de Portugal. São a degradação da arquitectura simbólica. Mas, evidentemente, essa gente está muito bem enquadrada na escumalha da Comissão dos Descobrimentos

K:  Mas, ao não apoiar o sucesso evidente do seu livro pensa que o governo português ou, de forma mais abstracta, "o aparelho de Estado" está a proceder conforme interesses que não são os nossos?

Mascarenhas Barreto:  Em relação aos nossos interesses culturais, o Governo não está a fazer absolutamente nada! 

K:  E o que é que nós podemos fazer para sensibilizar o Governo da República para as questões que o seu livro levanta? 

Mascarenhas Barreto:  Temos apenas de rezar para que eles sejam honestos, porque o problema da história do Colombo é só um problema de verdade. Ora, estes homens agarraram-se a um dogma fraudulento, e batem-se por ele para manter apenas o "tacho", a posição que adquiriram. Deve ser mesmo o único país do mundo em que os serviços culturais responderam, por carta, ainda há pouco tempo, ao comandante José Martins (um oficial de Marinha que perguntou à SEC por que razão é que não tomavam uma posição em relação ao meu livro), que não tinham ninguém para bem avaliar o meu livro! E, mais, diziam que ficavam à espera que os estrangeiros se manifestassem sobre este assunto. 
Tal é a Secretaria de Estado da Cultura deste país! Portanto, não há nada a fazer, Portugal é uma anedota, e uma anedota trágica, porque acabou. É um país em que se fazem todos os esforços para que um dia os nossos filhos e os nossos netos fiquem a engraxar as botas aos estrangeiros. Eis o programa aparentemente estabelecido.  
A História, em Portugal, constitui a única coisa da qual os portugueses se podem orgulhar, e até isso estão a conspurcar... É o que me indigna. 

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Retirado da Revista Kapa
In K, nº 5, O último descobrimento, Pedro Ayres de Magalhães, Fevereiro 1991
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PORTO - AVENIDA da BOAVISTA
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foto - LUIS RAPOSO
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PORTO - VIA do CASTELO do QUEIJO
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foto - LUIS RAPOSO
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domingo, 30 de dezembro de 2012

IMPERDÍVEL!
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QUERIDOS PEDRO & LAURA
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PORTO - RUA 5 de OUTUBRO
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foto - LUIS RAPOSO
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PORTO - RUA MOUZINHO da SILVEIRA
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foto - LUIS RAPOSO
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sábado, 29 de dezembro de 2012

MARTINE JOLY
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"INTRODUÇÃO À ANÁLISE DA IMAGEM"
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Para quem gosta de ler umas coisas, este livro está disponível em PDF no link indicado a seguir.

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A IMAGEM DO BANAL
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Num dos meus últimos passeios elos blogues que se preocupam com a fotografia, descobri no http://tramafotografica.wordpress.com/, o texto que transcrevo a seguir. Um ponto de vista que merece alguma atenção.
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Analisar uma imagem é muito mais do que simplesmente reconhecer o seu traço. É preciso entender as estéticas fotográficas.

Vou partir de um conceito – de entre os muitos possíveis – de que a fotografia antes de mais nada, pertence à esfera da comunicação e não da arte. Está na sua ontologia, no seu DNA, na intencionalidade de quem a inventou.

Qual a função da imagem fotográfica?
Partimos de uma premissa explicitada por Andre Rouillé: “as fotografias não documentam objectos ou pessoas, mas documentam situações e representações”. Devemos portanto, compreender a criação fotográfica dentro de um contexto sócio-histórico.

Há tempos, a semiótica já nos ajudou a compreender que o significado das mensagens fotográficas é culturalmente determinado e a sua recepção necessita de códigos de leitura.

Neste caminho contarei com a ajuda de autores como Umberto Eco (Os limites da Interpretação); Laurent Gervereau (Histoire Du visuel ao XX si`ecle); Lorenzo Vilches (La Lectura de la Imagen); Martine Joly (A Imagem e sua Interpretação); Giuseppe Mininni (Psicologia Cultural da Mídia); Oliver Sacks (O olhar da Mente); Ian Jefrrey (How to Read a Photography); Alberto Manguel (Lendo Imagens); Luciano Trigo (A Grande Feira) e Charlotte Cotton (A fotografia como arte contemporânea).
Diz Martine Joly: “como existem diversos tipos de imagens, existem inevitavelmente diversos tipos de interpretações. Nenhuma mensagem, seja ela qual for, pode arrogar-se numa interpretação inequívoca”.
Mesmo assim, devemos também lembrar (Umberto Eco) que “a interpretação de uma obra não é ilimitada, existem regras de funcionamento”.

É também inegável que muitas vezes somos reféns dos nossos próprios olhos e do nosso referencial teórico e repertório cultural. Muitas vezes, antes de interpretar uma imagem eu já criei um significado. Claro que isso não significa que ele permanece imutável. Mais uma vez recorremos a Joly: “em que medida a nossa interpretação está já em parte construída, mesmo antes de termos acesso às mensagens visuais em concreto?
Interpretar é conferir sentido. O contexto sócio-histórico de alguma maneira já nos “condiciona” a uma determinada interpretação: “o reconhecimento de representações pode requerer uma espécie de aprendizagem, a compreensão de um código ou a convenção além daqueles necessários para compreender os objectos”, relata Oliver Sacks.

A grande dificuldade que temos, é afirmar categoricamente que linha devemos seguir para interpretar as mensagens visuais.

Martine Joly apresenta-nos esta multiplicidade: conhecimento (formas que o homem dispõem para se conhecer e conhecer seu o ambiente); percepção (teoria da revelação do mundo); recepção (teoria da recepção das obras); leitura (semiologia/semiótica) e interpretação (os limites): “durante anos privilegiou-se o autor, em seguida  a obra para terminarmos com o espectador”. Todos estes conceitos, na verdade, podem ser resumidos num único: ler imagem e atribuir significados.

Interpretar é criar um ritmo, uma leitura possível, atribuir sentido e significado para aquilo que foi construído imageticamente.
Lembramos o que já sabemos: o carácter ambíguo da fotografia. Seguindo as linhas teóricas da semiótica e pensando na fotografia como vestígio do real (portanto indiciária), ela afirma a existência, mas por ser representação ela é sempre uma ficção.

Aqui, quem nos ajuda é o Alberto Manguel: “…a existência passa num rolo de imagens que se desdobra continuamente, imagens capturadas pela visão e realçadas ou moderadas pelos outros sentidos, imagens cujos significados (ou suposição de significados) varia constantemente configurando uma linguagem feita de imagens traduzidas em palavras e das palavras traduzidas em imagens, por meio das quais tentamos abarcar e compreender a nossa existência”. Portanto, estamos na área dos símbolos, sinais, mensagens, alegorias: “a imagem dá origem a uma história que por sua vez dá origem a uma imagem”. Mudanças de pontos de vista, mudanças de interpretações.

A partir destas premissas tentamos compreender a construção da fotografia contemporânea e as suas problemáticas. 
Começamos com uma frase do pintor Kandisky e que também inicia o livro de Luciano Trigo “A grande Feira”: “Cada época cria uma arte que lhe é própria e que nunca renascerá”. Parece que a arte própria da nossa época é aquela conseguida por meio da imagem fotográfica. A fotografia está na moda: todos falam sobre fotografia, sucedem-se festivais por todo o lado, abrem cursos académicos permanentemente, são mostradas fotografias constantemente. Mesmo assim, parece que ainda existe um vácuo, um grande vazio sobre o pensar fotografia.
Discussões giram sempre à volta de clichés do tipo: “hoje toda gente fotografa”, “hoje qualquer um é fotógrafo”… Ora isso acontece desde a invenção da fotografia. Não é nenhuma novidade. A novidade é que se fala mais sobre isso.  E qual é o problema por toda a gente fotografar? Alguém ficaria triste se o mundo fosse alfabetizado? Se soubesse ler e escrever? Qual é o problema? Reserva de mercado? Esquecem-se que quanto mais as pessoas fotografarem maior será sua a capacidade de alfabetização visual, de saber compreender a dificuldade em fazer uma imagem. Nem toda a gente que sabe ler e escrever é Machado de Assis.  O que deveriam dizer os cineastas então, quando agora qualquer fotógrafo acha que pode fazer um vídeo? Um filme? E muitos de péssima qualidade sem a menor linguagem cinematográfica? Sim, fotografa-se muito hoje, mas nunca se viu tão pouco.
O que estamos vendo? Qual o papel da fotografia? Construções artísticas (no sentido mais amplo desta palavra) ou atendimento a um mercado das galerias? Como ler e interpretar uma imagem hoje?

Ainda referenciando o livro do Luciano Trigo, lemos logo nas primeiras páginas: “o sonho de qualquer jovem artista é ser absorvido pelo sistema, ter conotação internacional, expor nas galerias e museus da moda aparecer nos média”. E é isso que vemos hoje; curadores e professores referenciando obras que eles mesmo cultivam, criadores de fogos de artifício.

Sempre as mesmas pessoas nos mesmos lugares, um ou dois curadores da moda no máximo, que nos obrigam a ver sempre as mesmas obras das mesmas pessoas.
Por outro lado é bem verdade que nunca se falou tanto sobre fotografia. Diz Charlotte Cotton: “estamos a viver um momento excepcional para a fotografia, pois hoje, o mundo da arte acolhe-a como nunca o fez e os fotógrafos consideram as galerias e os livros de arte o espaço natural para expor seu trabalho”.

Repetimos a pergunta, o que estamos vendo? “A percepção não se separa da compreensão. Todo o acto de ver implica saber o que se vê”, ensina Lorenzo Vilches.

Portanto, embora uma imagem possa remeter ao visível, tomar alguns traços emprestados do visual, sempre depende da produção de um sujeito. Lê-la não é tão natural como parece: “O facto de o homem ter produzido imagens em todo o mundo, desde a pré-história até aos nossos dias, faz com que acreditemos ser capazes de reconhecer uma imagem figurativa em qualquer contexto histórico e cultural. No entanto, deduzir que a leitura da imagem é universal, revela confusão e desconhecimento”(Martine Joly).

Ler uma imagem da contemporaneidade é tentar compreender a demanda de produção, a falta de  substância ou espessura por trás de uma imagem ou que leva muitos críticos a criarem definições como a estética inexpressiva nascida nos anos 50 na escola alemã; ou “imagens de alguma coisa”, fotografias que nascem do mero encontro casual; ou a “fotografia de consequência”, a que se liga mais ao documental. “Fotógrafos que desconstroem o fotojornalismo, fotografando temas ligados à imprensa mas com um olhar artístico”.

Ler uma imagem contemporânea é compreender que já ninguém quer ser fotógrafo hoje em dia, todos querem e se auto-denominam artistas. Mas ao mesmo tempo que procuram criar novas estéticas, a fotografia – sempre independente – transforma-se hoje pela mão destes artistas na imagem do banal, numa “fotografia sem qualidade”, como afirma Dominique Baqué fazendo referencia ao livro de Musil “Um homem sem qualidade”. 

A arte do banal.
A fotografia volta  a ser a arte de expressão de massa por excelência.
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PORTO - RUA BENEDITINA
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foto - LUIS RAPOSO
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PORTO - RUA de SANTOS POUSADA
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foto - LUIS RAPOSO
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PORTO - RUA FERNANDES TOMÁS
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foto - LUIS RAPOSO
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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

PORTO - RUA FORMOSA
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foto - LUIS RAPOSO
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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

PORTO - ESCADAS das SEREIAS
muro de separação e zona privada
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foto - LUIS RAPOSO
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PORTO - TRAVESSA de S. JOSÉ
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foto - LUIS RAPOSO
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PORTO - PARQUE ITÁLIA
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foto - LUIS RAPOSO
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PORTO - RUA da FIRMESA
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foto - LUIS RAPOSO
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PORTO - MERCADO do BOLHÃO
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foto - LUIS RAPOSO
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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

"PORTUGAL"
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Tenho que admitir que o meu está muito estafado, com uma capa sem brilho, roçada de muitas reviravoltas e maus tratos, mas admitindo que tenho o exemplar desde 1972, já oferecido usado pelo meu amigo Nuno "Cartucheira", posso gabar-me que, contrariamente ao que fizeram ao meu país, este livrinho proibido no Estado Novo mas manuseado às escondidas por dezenas de amigos meus, está muito bem conservado.
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E isto vem a propósito de um artigo que li no blogue http://artephotographica.blogspot.pt/2012/09/iludir.html  
e que me fez ir procurar o exemplar no estanteamento. É um livrinho para estrangeiros feito por estrangeiros, daquele tipo de europeus convencidos que tudo o que não lhes pertence é de desdenhar tal como na fábula da Raposa e as Uvas.
Vale o que vale, mais pelo conjunto de fotografias documentais que outra coisa qualquer; e diga-se, para ser visto como um livro de fotografia, a qualidade de impressão é péssima.
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Iludir

(revista 2, Público, 26.08.2012)

Mal acabei de ler o texto “Os mistérios de Chris Marker em Portugal” (PÚBLICO, 6.8.12), lancei-me logo na Amazon à procura de Portugal (1957), o livrinho número 16 da colecção Petite Planète que o notável realizador, fotógrafo e escritor orientou para a Seuil. Nesse ensaio, publicado na sequência da morte de Marker, em Julho, Susana S. Martins fez-nos um brilhante resumo daquilo que foi a ligação do artista a Portugal através de uma obra que está a léguas da carneirada dos livros de fotografia e viagens de então. Portugal chegou-me de França rápido, bem embrulhado e ainda com uma sobrecapa daquelas de papel transparente para precaver riscadelas na capa imaculada, como imaculada parece a figura que mora nela. 


 Marker, homem dos sete ofícios, lançou-se na empreitada de editar livros sobre lugares porque os “guias” da época lhe pareciam estafados, seguidistas e desorientadores. Para ele, o mundo do pós-guerra tinha ficado mais acessível do que nunca, mas a experiência da viagem era “ilusória”: “Vemos o mundo escapar-nos, ao mesmo tempo que nos tornamos mais conscientes das nossas ligações com ele”. Em ruptura com o que se fazia, propôs uma série que fosse “uma conversa com pessoas inteligentes e cultas”, pessoas que “estivessem bem-informadas sobre os países em questão”. No volume sobre Portugal, Franz Villier, autor do texto, põe de lado os rodriguinhos e esmera-se por não deixar nenhuma alfinetada ao acaso com críticas ao ultramontanismo, ao colonialismo e ao ditador celibatário. Isto, claro, sem nunca esquecer os pormenores (descrição dos hotéis: “Três categorias, como as prisões”). 


O extraordinário arranjo gráfico de Portugal é de Marker assim como boa parte das fotografias que desafiaram o cânone do Estado Novo (os Jerónimos surgem com um matagal à frente, a Torre de Belém com um pardieiro lamacento). Está bom de ver que a censura proibiu o livro. E nem a encantadora mulher envolta em trajes típicos na capa desviou o controlo pidesco do conteúdo. O que prova que, neste caso, eles leram e viram alguma coisa do que lá vinha estampado, não se ficaram pelo retrato de Jean Dieuzaide, que assinava com o pseudónimo de Yan, assíduo de salões em Portugal e colaborador do SNI (António Sena). 


As mulheres eram regra nas capas da série. Ao escolhê-las, Marker aposta na sua força simbólica e sedutora. Mas no caso de Portugal, esta candura até soa um bocadinho a provocação (também pelo autor escolhido). Enquanto dá uma imagem plácida e de antanho do país na capa, no miolo a pena e as objectivas são gumes afiadíssimos para tudo e todos. É caso para dizer que se se ficasse pela capa, a censura seria romanticamente ofuscada. Como eu fui quando encontrei este In Portugal (Prestel, 1961), em alemão, que traz um olhar de que não se consegue escapar.

texto retirado do blogue artephotographica
Suspeita de Contrabando de Cultura na Alfândega do Porto
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foto - LUIS RAPOSO
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ABANDONO
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foto - LUIS RAPOSO
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FESTIVAL de FOTOGRAFIA
em AVINTES
2 de Outubro a 1 de Novembro de 2014
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Um projecto de Pereira Lopes, um fotógrafo avintense membro do Colectivo f4, que decidiu arregaçar as mangas e contribuir para a divulgação da fotografia e da sua terra natal. Persistente e incansável no seu propósito, já garantiu a pouco menos de dois anos de distância, a participação de fotógrafos de Portugal, Espanha, Brasil, Cuba e Argentina e teve que dar por completa a lista de inscrições...

Todas as notícias sobre este festival poderão ser acompanhadas nos blogues:
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terça-feira, 25 de dezembro de 2012

TERMINOU A FESTA MAIS ESTÚPIDA DO MUNDO.
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foto - LUIS RAPOSO
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O NATAL É UMA VIGARICE!
Porque é que os cristãos celebram o Natal em 25 de Dezembro, se não foi nessa data que Cristo nasceu?
Essa data foi escolhida pela Igreja Católica Romana. Devido ao domínio de Roma sobre o mundo "Cristão" por séculos, a data tornou-se tradição por toda a cristandade.
O significado original de 25 de Dezembro é que esse dia era um popular dia festivo de celebração do retorno do Sol. Em 21 de Dezembro ocorre o Solstício de Inverno (o mais curto dia do ano e assim um dia chave no calendário), e 25 de Dezembro era o primeiro dia no qual os antigos podiam notar claramente que os dias estavam a tornar-se maiores e que a luz do Sol estava regressando.
Assim, 25 de Dezembro foi escolhido para lembrar o nascimento de Jesus Cristo com uma missa (ou ceia)? Como ninguém sabe o dia de Seu nascimento, a Igreja Católica sentiu-se livre para escolher essa data. A Igreja queria substituir o festival pagão com um dia santo Cristão.
O método aproveita-se do facto de que é mais fácil tirar um festival mundano, mas tradicional, da população quando podemos substituí-lo com um bom festival. De outra forma, a Igreja teria deixado um vazio onde antes havia uma tradição de longas datas, e arriscava-se a produzir descontentamento na população e um rápido regresso à prática pagã
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SE NASCESSE NOS DIAS DE HOJE EM PORTUGAL, 
A MANJEDOURA SERIA SUBSTITUÍDA POR UM BIDÉ.
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 foto - LUIS RAPOSO
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Jesus nasceu em um estábulo, num celeiro, ou numa caverna?
A Bíblia não menciona nenhum desses três lugares com o nascimento de Cristo. Menciona apenas uma manjedoura. A Escritura diz apenas que eles deitaram Jesus numa manjedoura porque não havia nenhum lugar para ele no quarto de hóspedes. A palavra grega usada na Escritura é kataluma, e pode significar quarto de hóspedes, alojamento ou hospedaria. Na única outra vez que aparece no Novo Testamento, essa palavra significava um quarto amplo e mobilado de um sobrado, dentro de uma casa particular. É traduzido como quarto de hóspedes, não como hotel (Marcos 14:14-15). De acordo com nossos peritos em arqueologia bíblica, Jesus provavelmente nasceu na casa de parentes, mas fora da sala e do quarto de hóspedes.

Jesus nasceu em 25 de Dezembro, ou pelo menos em Dezembro?
Embora não seja impossível, parece improvável. A Bíblia não especifica um dia ou mês. Um problema com Dezembro é que seria fora do comum que pastores estivessem pastoreando nos campos” nesse frio período do ano, quando os campos ficavam improdutivos. A prática normal era manter os rebanhos nos campos da Primavera ao Outono. Além disso, o inverno seria um tempo especialmente difícil para Maria viajar grávida pelo longo caminho de Nazaré a Belém (70 milhas).
"Um período mais provável seria em fins de Setembro, no tempo da Festa dos Tabernáculos, quando uma viagem como essa era comummente admitida. Além do mais, crê-se (embora não seja certo) que o nascimento de Jesus foi próximo ao final de Setembro. A concepção de Cristo, contudo, pode ter ocorrido no final de Dezembro do ano anterior. Nossa celebração de Natal pode ser vista como uma honrada observação encarnação do 'Verbo que se fez carne' (João 1:14).
…É provável que esse maravilhoso anjo liderando as hostes celestiais em louvor, fosse Miguel, o arcanjo; essa ocasião foi posteriormente comemorada pela igreja primitiva como Miguelmas ('Miguel enviado'), em 29 de Setembro, a mesma data da Festa dos Tabernáculos. Seria no mínimo apropriado para Cristo ter nascido nessa data, porque foi em Seu nascimento que 'o Verbo se fez carne e habitou (literalmente tabernaculou) entre nós' (João 1:14).
Isto significaria, então, que a Sua concepção, não o Seu nascimento, ocorreu no final de Dezembro. Além disso, pode perfeitamente ser que quando celebramos o nascimento de Cristo no chamado 'Natal', nós estejamos na verdade celebrando a Sua concepção miraculosa, o tempo em que o Pai enviou o Filho ao mundo, no ventre da virgem. Esse, o mais obscuro período do ano, o período da festa pagã 'Saturnália', e o período em que o sol (a 'luz do mundo' física) está mais distante da Terra Santa - seria certamente um período apropriado para Deus enviar a 'luz do mundo' espiritual ao mundo, como o 'Salvador, que é Cristo o Senhor' (Lucas 2:11)" 
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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

AVES DE RAPINA
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foto - LUIS RAPOSO
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AZULEJARIA
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foto - LUIS RAPOSO
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No FÉNIX
Setembro de 2012
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foto - MARCO ARAUJO
com a seguinte dedicatória:

Para mim, um dos grandes momentos em 2012. O reencontro com alguns de meus amigos portugueses, na Cidade do Porto em Setembro, após um ano.
Um Feliz Natal para todos.

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IsaBeL LHaNo
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foto - LUIS RAPOSO
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ESPERA
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foto - LUIS RAPOSO
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OS PORTÕES
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foto - LUIS RAPOSO
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JANELAS
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foto - LUIS RAPOSO
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CASARIO
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 foto - LUIS RAPOSO
película Kentmere - Nikon F301
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foto - LUIS RAPOSO
película Kentmere - Nikon F301
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domingo, 23 de dezembro de 2012

Super GRANDE-ANGULAR
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foto - LUIS RAPOSO
GoPro
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Uma 16mm para Nikon por 199,00 € !!!
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"LiKE a LOMO"
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 foto - LUIS RAPOSO
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 foto - LUIS RAPOSO
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foto - LUIS RAPOSO
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Uma PRO de 6 megaPix.
Kodak DCS 760
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foto - HENRIQUE RAPOSO
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Toda a gente olhava para a máquina com imensa curiosidade. O seu tamanho impressiona de verdade; é um objecto estranho, pesado, corpulento... E o meu filho fez o disparo em contra-luz com este resultado.
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sábado, 22 de dezembro de 2012

NO TOPO
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foto - LUIS RAPOSO
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9
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foto - LUIS RAPOSO
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O PEQUENO MUNDO DA METRO DO PORTO
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foto - LUIS RAPOSO
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Pedro e Inês
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foto - LUIS RAPOSO
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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

ENVIA-ME UM POSTAL
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A PRENDA QUE SE DEVE ABRIR PRIMEIRO
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e a que tenho em vista para juntar à colecção
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Como era na minha infância
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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

COMO REAGEM OS PODEROSOS?
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PROÍBEM, CLARO!
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Patricia Bobillo Rodríguez: "A finales de 2008 y principios de 2009 el ejército israelí llevó a cabo la operación Plomo Fundido, en la que murieron 1.417 personas, incluidos 300 menores, y dejó 5.300 civiles heridos. Durante 23 días Israel arrasó, con total impunidad, la ya mermada infraestructura de la Franja de Gaza, destruyendo almacenes de alimentos de las Naciones Unidas, escuelas, hospitales, casas privadas, talleres y fábricas civiles, tierras agrícolas y edificios del gobierno de Hamas (elegido democráticamente), y atacó a la población civil palestina con fósforo blanco. Todo ello conmovió al mundo entero.
Recuerdo que desde que empezó la operación del ejército israelí muchos seguíamos las crónicas que enviaba Alberto Arce, uno de los activistas que decidió quedarse para ser testigo de lo que ocurría. Y cada día que pasaba, cada crónica que llegaba, era un día de tristeza para la humanidad, incapaz de frenar aquel ataque inhumano.
Mientras, la ciudadanía española y del resto del mundo salía a la calle a pedir el fin de la ofensiva. En las plazas mayores se encendían velas en recuerdo de las víctimas, minutos de silencio llenaban los ojos de lágrimas, cadenas humanas frente a las embajadas israelíes mostraban el rechazo a las políticas de Israel, protestas y consignas se alzaban contra el silencio y la complicidad de la comunidad internacional y las Naciones Unidas, que, inútiles, observaban aquella brutal estrategia y castigo colectivo del que, una vez más, la víctima final era la población civil palestina.
Desconcierto e impotencia inundaban a la gente en cada acto multitudinario. El 10 de enero se produjo la mayor de las manifestaciones. Según los medios, más de 30.000 personas se reunieron en Barcelona bajo el lema 'Paremos la masacre en Gaza. Boicot a Israel'. Los lemas más oídos fueron 'Solidaridad con el pueblo palestino', 'Israel terrorista', 'Viva Hamas' e 'Israel asesino'.
Tomé esta fotografía durante una de las muchas movilizaciones que se produjeron en Barcelona en enero de 2009. Me subí a unas barandas de la entrada del metro de Universitat para poder captar la masiva asistencia a la convocatoria y tomar algún plano general de la plaza. Y justo a mi lado vi a aquella mujer con el cartel en la mano, silenciosa, con la mirada infinita llena de dolor y con un mensaje directo: 'Israel asasinos'. Una imagen que resumía el sentir de muchas de las personas asistentes y que, además, captaba la firmeza y el coraje -y sobre todo el respeto- que merecen la mujer y la causa Palestina.
Esta fotografía, que por su composición concentra toda la atención en el centro de la imagen y potencia a la vez la importancia de su contenido, formó parte de una exposición de siete dípticos en blanco y negro sobre la mujer palestina en ámbitos y lugares diversos. La muestra se hizo en el Centre Cívic Barceloneta años después de que yo realizara el reportaje sobre las movilizaciones en Barcelona contra la operación Plomo Fundido, y en ella expusimos varias artistas multidisciplinares.
En octubre del año pasado, la misma propuesta de exposición fue aceptada por el centro cultural La Casa Elizalde [también en Barcelona] para exhibirla durante el mes de marzo de 2012. Pero poco después desde este centro municipal alegaron que no querían 'generar debate' y pusieron como condición sine qua non quitar esta imagen, es decir, censurarla, dejando como única alternativa no hacer la exposición.
Al valorar la situación decidí muy a mi pesar quitar la imagen y enseñar otras, ya que no se pueden dejar escapar las oportunidades de hablar sobre la mujer palestina, pues son contadas. Más tarde el problema [para los responsables del centro] era el título, y finalmente los textos que relataban la histórica lucha de las mujeres palestinas en contra de la ocupación israelí.
Un mes más tarde sucedió lo que era de prever: cancelaron definitivamente la exposición."
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E a NIKON 
não se fica fica atrás...
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 'Various reasons' halted sex slave exhibit: Nikon

By MINORU MATSUTANI
Staff writer

Nikon Corp. canceled its planned photo exhibition of wartime sex slaves for "various reasons," the major camera maker has announced.
Although Nikon declined to state the specific reasons for the cancellation, a company spokesman admitted it received a number of complaints about the event, which was to be held from June 26 to July 9 at Shinjuku Nikon Salon in Tokyo's Shinjuku Ward. The photos were taken by South Korean photographer Ahn Sehong.
"We received complaints by mail and telephone, but we cannot comment on how many complaints we got or the nature of the complaints," said the spokesman, who asked not to be named.
Euphemistically known in Japan as the "comfort women," the young women and girls, in large part of Korean origin, were forced into sexual slavery for the Imperial armed forces during the war.
The atrocity has been a major source of diplomatic friction in Asia, especially between South Korea and Japan.
In 1993, Yohei Kono, then chief Cabinet secretary, issued a statement acknowledging the state played a role in the wartime brothel program and offered an apology. But the government has refused to pay individual redress.
The Japan Visual Journalist Association is preparing a statement slamming Nikon for violating freedom of expression, said Takeharu Watai, one of the three representatives of the group.
"This is basically Nikon's self-censorship. Is it all right for a large corporation like Nikon to permit such a wimpy reaction?" Takei asked.
Nikon called on the public for photos to display at the Shinjuku salon late last year and decided to hold the exhibition of Ahn's comfort women photos earlier this year, the spokesman said.
On May 21, Internet bulletin boards 2channel and Yahoo Chiebukuro Q&A forum had postings on the event, which had the obvious intention of soliciting protests. The 2channel posts have a phone number and detailed information on Ahn, an Aichi Prefecture resident, and called on others to lodge protests targeting the photographer.
Nikon decided to cancel the photo exhibition the following day, the spokesman said.
Military Sexual Slavery by Japan During the Second World War, a group seeking to raise awareness of the sex slaves, released a statement May 24 that said: "Ahn Sehong does not accept the cancellation of the photo exhibition, which (Nikon) cannot explain the reasons for. The world-renowned Nikon's reaction damages one photographer's honor and will be known by the global media."
In contrast to Nikon's decision, the city of Yokkaichi, Mie Prefecture, will stick to its plan to hold an exhibition of Ahn's comfort women photos at a community hall from 2 to 4:30 p.m. on June 10.
"We have received some complaints. But (Ahn) asked to use the hall and we confirmed there is no violation of city ordinances. Thus there is no reason to reject his request," Yokkaichi official Takuya Sugawa said.
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