sexta-feira, 31 de outubro de 2008

A História Faz-se de Conveniências

Se não em todas as áreas, com certeza na das invenções e descobertas, a História não tem sido justa com muita gente. A França, sem dúvida, foi a mãe da fotografia. Mas não se pode definir precisamente o pai. Hoje, graças ao trabalho incansável e obstinado do jornalista e professor Boriz Kassoy, um terceiro nome disputa a paternidade da fotografia: Antoine Hercule Romuald Florence, francês de nascimento, mas brasileiro de mulher (duas), filhos (20), netos, bisnetos e tataranetos. Kassoy investiu, de 1972 a 1976, numa das mais ardorosas pesquisas e reconstituições de métodos, técnicas e processos já realizadas no Brasil para levar uma pessoa do anonimato ao pódio da história.
.
Hercules Florence, como ficou internacionalmente conhecido a partir da publicação do livro de Kassoy, "1833: a Descoberta Isolada da Fotografia no Brasil" (editora Duas Cidades, 1980), nasceu em 1804, em Nice, e, com a ajuda do pai, pintor autodidata, estudou artes plásticas. Aos 20 anos, sua natureza inquieta e uma insistente falta de emprego o conduzem a um desconhecido Rio de Janeiro, onde passa um ano como modesto caixeiro de uma casa comercial e, depois, vendedor de livros. Através dos jornais, descobre a vinda do famoso naturalista russo Langsdorff e é aceito como segundo desenhista daquela que viria a ser uma das maiores e mais profícuas expedições científicas realizadas no Brasil dos séculos passados.
.
Em vista do acontecido com Rugendas, Langsdorff, após ter contratado Taunay, resolveu acrescentar à expedição um segundo desenhista, e colocou um anúncio no jornal para esse fim. Florence apresentou-se e foi logo contratado. Somava às suas aptidões artísticas um espírito prático e inventivo que lhe permitiu desempenhar tarefas de grande apoio para a expedição, nos quatro anos que com ela viajou. Após a morte trágica de Taunay assumiu o papel de desenhista oficial executou um grande número de desenhos e quadros sobre motivos da flora e da fauna, índios e outras populações da região percorrida, e ainda paisagens. Catalogou também a extensa obra deixada por Taunay e Rugendas.
.
Desde o retorno da viagem ao interior do país, Hércules Florence procurou inventar aparelhos de duplicação ou reprodução de registros. Deu início a sua fase de invenções. Primeiramente, para que pudesse imprimir suas anotações sobre a zoofonia, em 1829 (anotações das vozes de pássaros e animais, que fizera durante a viagem); criou, então, a "poligrafia" (1830). Seu próximo passo foi com experiências de fixação da imagem sobre papel, que o levariam, juntamente com Joaquim Corrêa de Mello, a utilizar o nitrato de prata, com sucesso em 1832. Este processo Hércules denominou em seu diário, em 1833, como "fotografia" (photographie). Hércules Florence escreveu seus diários em sua língua materna, o francês, e sempre assinou Hercule, sem o s. Sabia escrever corretamente o português, o fazia em escritos formais. Outras invenções como as do "papel inimitável" (marca d'água) para dinheiro e documentos de valores (1842), a pulvografia (impressão à pó, com cola, sobre tecido (1860) e estudos sobre a arquitetura brasileira (a ordem das palmeiras) e sobre o céu e nuvens, pensando nos jovens paisagistas, são, entre outros, assuntos ainda inexplorados.
.
A contribuição de Florence à Ciência, às Artes e à História estava apenas começando. Em 1829, com o fim da expedição, ruma para São Paulo, e, em 1830, inventa seu próprio meio de impressão, a Polygrafie, já que não dispunha de um prelo. Gosta da idéia de procurar novos meios de reprodução e descobre isoladamente um processo de gravação através da luz, que batizou de Photografie, em 1832, três anos antes de Daguerre. A ironia histórica, oculta por 140 anos, é que o processo era mais eficiente do que o de Daguerre. Já em 1833, utilizou uma chapa de vidro em uma câmera escura, cuja imagem era passada por contato para um papel sensibilizado.
.
Com o espírito meticuloso que tinha, Hércules Florence registrava em seu diário, numa relação maior de descobertas e pesquisas: "Neste ano de 1832, no dia 15 de agosto, estando a passear na minha varanda, vem-me a idéia que talvez se possam fixar as imagens na câmara escura, por meio de um corpo que mude de cor pela ação da luz. Esta idéia é minha porque o menor indício nunca tocou antes o meu espírito. Vou ter com o senhor Joaquim Corrêa de Mello, boticário de meu sogro, homem instruído, que me diz existir o nitrato de prata".
.
Construindo uma câmara escura com uma caixa de papelão, uma paleta de pintor e uma lente, Florence colocou dentro dela um papel embebido em nitrato de prata e durante quatro horas deixou-o exposto à ação da luz que provinha de uma janela através da qual viam-se os tijolos e o teto da casa em frente e parte do céu. Acabou por obter, meio sem entender, a primeira imagem negativa-positiva da história da fotografia. Registrava em seu diário que o boticário, senhor Mello, ajudara-o a batizar o invento, formando a palavra photographia (do grego photos = luz, e graphia = desenho, escrita).
.
Em 1833 Florence aprimora seu invento, e passa a fotografar com chapa de vidro e papel pré-sensibilizado para contato. Foi o primeiro a usar a técnica "Negativo/Positivo" empregado até hoje. Enfim, totalmente isolado, contando apenas com os seus conhecimentos e habilidade, e sem saber as conquistas de seus contemporâneos europeus, Népce, Daguerre e Talbot, Florence obteve em terras brasileiras o primeiro resultado fotográfico da história. O Nitrato de Prata, agente sensibilizante e princípio ativo da invenção de Florence, tinham um pequeno inconveniente: a imagem depois de revelada, passava por uma solução "fixadora" que removia os sais não revelados, mantendo a durabilidade da imagem. Constatou que a amônia além de ter essa função, também reagia com os sais oxidados durante a revelação, rebaixando o contraste da imagem final. Conforme seu diário, passou a usar a urina, rico em amônia como fixador "fiz isso por acaso!" De fato, um dia enquanto revelava, esqueceu e preparar o Fixador tradicional. Como a vontade e urina apareceu de repente, não poderia abrir a porta de seu laboratório, com risco de velar seus filmes. Acabou urinando em uma banheira e na confusão, acidentalmente passou suas chapas para lá. Além de descobrir a própria fotografia, descobriu também o processo mais adequado para a fixação da imagem, que atualmente foi substituído pelo "Tiossulfato de Amônia" ou FIXADOR RÁPIDO utilizado atualmente na fotografia Preto & Branco, Colorida, Cinema, Artes Gráficas e Radiologia.
.
Compreende-se, portanto, sua amargura e frustração quando em 1839 cerca de sete anos mais tarde, estando na farmácia do doutor Engler, em Itu, ouviu que o "Jornal do Comércio" do Rio de Janeiro anunciava que um pintor francês, Daguerre, descobrira em Paris um processo de fixar imagens por meio da incidência da luz sobre uma placa de metal. Já em 1834 Hércules Florence desabafara em seu diário, amargurado: "Eu inventei a fotografia; fixei as imagens na câmara escura; inventei a poligrafia... Minhas descobertas estão comigo, sepultadas no olvido; meu talento, minhas vigílias, meus sacrifícios, são estéreis para os outros... Se eu estivesse em Paris, lá encontraria, talvez, pessoas que me escutassem, mas aqui não vejo ninguém a quem possa comunicar minhas idéias. Os que me poderiam ouvir só pensam nas suas especulações e na política". Em 1839, acrescentaria: "A fotografia é a maravilha do século. Eu também já tinha colocado as bases, tinha previsto essa arte em sua plenitude; eu a realizei antes do processo de Daguerre, mas trabalhei no exílio. Eu imprimi pelo sol sete anos antes que se falasse em fotografia, e eu tinha dado esse nome. Entretanto, a Daguerre as honrarias".
.
As descrições sobre suas invenções constam de seus manuscritos, principalmente, de "L'Ami des Arts Livre par Lui-même", onde também estão relatadas suas observações sobre a Expedição Langsdorff. Suas descrições e desenhos sobre as características físicas, habitações e costumes dos índios, poderiam ser considerados precursores da antropologia visual em nosso país. Hércules Florence introduziu a impressão gráfica no interior de São Paulo, com sua Poligrafia (1830) e posteriormente, criando sua tipografia, onde também imprimiu o primeiro jornal do interior paulista, O Paulista (1842), com a participação do Padre Diogo Feijó. Alguns exemplares das forografias tiradas por Florence existem até hoje, e podem ser vistos no Museu da Imagem e do Som, SP. Sua contribuição, entretanto, só ficou sendo conhecida pelos habitantes de sua cidade, e por algumas pessoas na Capital de São Paulo e Rio de Janeiro, não surtindo, na época, qualquer outro tipo de efeito.
.
Transcrição parcial de:

Exposição Internacional

. La seconde exposition internationale de photographie au sténopé s'est terminée il y a peu de temps.
Puis ce fut ce formidable week-end à Noirlac au cours duquel 300 visiteurs par jour se sont succédés. Le dossier de presse qui en a résulté est assez conséquent !
Mais il a bien fallu penser rapidement à la suite de ces aventures sténopéiques; donc je vous ai concocté un thème qui est toujours en relation avec les questions d'environnement mais qui colle aussi avec nos préoccupations pécuniaires dues à l'envol du prix du barril de pétrole...
A vous de choisir désormais... du moins pour cette prochaine expo...
.
Appel à participation à l’exposition
« Plus vite !!! »
.
Le Centre Culturel André Malraux du Bourget organise sa troisième exposition internationale de photographie sans objectif ( sténopé, zone-plate, sieve… ) autour du thème des transports.
Depuis l’aube des temps, l’homme a cherché tous les moyens de se transporter à une vitesse supérieure à celle que ses jambes le lui permettaient. Il a ainsi inventé et mis au point des systèmes mécaniques, utilisé la force motrice des éléments, fabriqué des machines avec des moyens technologiques toujours plus performants.
Ainsi les automobiles, motos, autobus et cars, avions ou bateaux transportent-ils humains et marchandises à travers le monde à grand renfort d’énergie souvent polluante, alors que les vélos, rollers, planches à roulettes nous permettent de nous déplacer dans un périmètre souvent plus restreint mais en garantissant une certaine pureté de l’air.
.
Choisissez votre moyen de transport et racontez en une séquence cohérente de cinq à dix images comment vous vous transportez d’un point à un autre.
Le format, le support et la disposition des images est libre.
.
L’exposition aura lieu du 6 mars au 25 avril 2009 au CCAM du Bourget.
.
Pour participer, envoyer avant le 31 décembre 2008, par Internet uniquement un dossier comprenant les pièces suivantes :
- Reproductions des images telles qu’elles apparaîtront à l’exposition. Les reproductions seront numérotées. Chaque reproduction devra mesurer 15 cm dans sa plus grande dimension en 300 dpi, format .jpeg qualité maximale. Les images numérisées doivent être dépoussiérées, en format RVB pour la couleur, en niveaux de gris pour le Noir et Blanc.
- Un schéma présentant votre disposition avec le numéro des images en précisant leurs tailles. L’utilisation de cadre n’est pas obligatoire, vos images peuvent être simplement contrecollées sur un support rigide ou encore se présenter sous forme d’un rouleau…
- Une fiche (format .RTF ou .PDF) présentant (en français, anglais ou espagnol): - Vos Nom, Prénom, Adresse, Pays, votre adresse de courrier électronique.
- Une courte biographie (5 lignes maximum)
- Les caractéristiques de votre ou vos appareil(s) à sténopé utilisé(s) pour créer ces images (longueur focale et diaphragme)
- Un court texte (en français, anglais ou espagnol) présentant votre travail sur ce sujet (5 lignes maximum).
- Une photo de chaque appareil utilisé, éventuellement numérotés, en correspondance avec les reproductions. Cette (ces) image(s) devra (devront) mesurer 7 cm dans la plus grande dimension en 300 dpi, en JPEG qualité maximale.
.
Les dossiers ne correspondant pas à cette demande seront systématiquement rejetés.
.
Les auteurs retenus seront prévenus par courriel uniquement entre le 15 et le 20 janvier 2009.
Les auteurs retenus devront envoyer en janvier (date limite de réception : 10 février) par la poste leurs photographies prêtes à être accrochées, en prenant toutes les précautions d’usage pour qu’elles ne soient pas abîmées durant le transport.
La commissaire de l’exposition et le CCAM se réservent le droit de ne pas accrocher les tirages dont la qualité n’est pas conforme aux fichiers sélectionnés.
Durant l’exposition, les auteurs pourront suivre sur le blog http://capsule93.blogspot.com/ les événements relatifs à l’exposition.
A la fin de l’exposition, les photographies seront renvoyées à leurs auteurs aux frais de la Mairie du Bourget.
.
Mémento
.
31 décembre 2008 : date limite de réception des dossiers à l’adresse électronique suivante :
frenchpinholecenter@orange.fr
15-20 janvier 2008 : les auteurs retenus sont prévenus par courriel.
15 janvier - 10 février 2008 : réception des œuvres prêtes à être accrochées.
6 mars - 25 avril 2009 : exposition (vernissage le 6 mars à 19 h)
mai-juin 2009 : retour des œuvres à leurs auteurs.
.
Em FOTO-GRAFIK

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Exposição Múltipla

Foto: VEIGA RAPOZO

Saberes

Foto: LUIS RAPOSO

Paisagens com Seixos

Foto: LUIS RAPOSO
Foto: LUIS RAPOSO

O PODER DAS IMAGENS

Ciclo de Fotografia e Cinema Documental
5ª Edição
.
A PROPÓSITO DE O PODER DAS IMAGENS - Jorge Campos
Esta é a 5ª edição do ciclo de Fotografia e Cinema Documental Imagens do Real Imaginado. Desta vez escrutinamos O Poder das Imagens. Reportamos fundamentalmente à fotografia e ao cinema documental, mas não enjeitamos incursões noutros territórios. Tratando-se essencialmente de um programa escolar que, neste caso, foi pensado como plataforma inaugural do mestrado profissionalizante em Comunicação Audiovisual da Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo, é natural que haja, como sempre tem acontecido, uma preocupação de rigor na abordagem das matérias e na qualidade dos intervenientes por forma a cumprir dois objectivos: reforçar a ligação da escola ao meio profissional proporcionando aos estudantes um contacto directo com os autores, investigadores e obras fundamentais; prosseguir uma estratégia de criação de novos públicos associada à criação de circuitos alternativos com reflexos, a prazo, no aparecimento de novos criadores. Este é um trabalho de perseverança, cujos resultados são já visíveis, nomeadamente nos prémios nacionais e internacionais que ano após ano os nossos alunos e ex-alunos vêm obtendo, bem como no reconhecimento que decorre dos convites para efeito de participação em numerosas iniciativas. Mas este é um trabalho feito também a pensar no público em geral. Não faria sentido ter Manoel de Oliveira, Fernando Lopes, José Luís Guérin, Mark Durden, Mercedes Alvarez, Mike Hoolboom, Helmut Färber, Rahul Roy, Gerard Colas, Georges Dussaud e tantos outros convidados de edições anteriores e encerrá-los num conclave meramente académico. Não há escola, aliás, sem abertura para a vida nem espaço para a imaginação. Este ano, o Ciclo propõe-se interpelar as imagens no contexto das representações e narrativas sobre o mundo. Não é uma questão menor. Concreta e não geral como o termo linguístico, a imagem comunica todo um conjunto de emoções e significados como que obrigando a captar instantaneamente um todo sensorial indiviso. Então, como lidar com ela, agora, no mundo das propagandas silenciosas e das máquinas censurantes? Fazendo das suas narrativas um convite à reflexão ou sucumbindo, talvez com deleite, ao fascínio e à Hipnose? Hipóteses a considerar, entre outras, em O Poder das Imagens.
.
Imagens do Real Imaginado
Biblioteca Municipal Almeida Garrett
Cinema Passos Manuel
3 - 7 de Novembro
.

Na Feira de Chaves

Vende-se de tudo; toda a gente pode comprar o que precisa, mesmo com salários de miséria e até ministros podem escolher casacos entre o lote disponível. Há artigos para todos os gostos.
Foto: LUIS RAPOSO

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Relatividade...

Foto: LUIS RAPOSO .
Falências aumentaram 47% até Setembro
...
Mas não temos que sentir qualquer tipo de preocupação, empregos vão ser, durante a vigência deste governo quase 150 000, e só não atinge esse número por causa da crise internacional (a culpada final de tudo), segundo palavras do senhor ministro, pelo que, os desempregados destas empresas que agora faliram, só têm que esperar (sentados de preferência) pelos anunciados empregos do nosso estimado governo, que até devem estar a chegar, muito em breve, talvez de TGV para ser mais rápido. Cada vez estamos mais acelerados, descendo desenfreadamente em direcção ao abismo.
Em:

GUZO

Foto: HENRIQUE RAPOSO

Uma das que a CP e os Políticos Destruiram

Foto: LUIS RAPOSO
Foto: LUIS RAPOSO

Pela Cantareira

Foto: LUIS RAPOSO

Praia da Foz

Foto: LUIS RAPOSO

Rua de Gaia

Foto: LUIS RAPOSO

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Protecção

Foto: LUIS RAPOSO

Para os do 35mm...

.
Visão “humana” e visão “fotográfica”
.
A comparação muito fácil entre o olho e a máquina fotográfica, está na origem de vários erros. A simples observação, não das semelhanças mas no contrário, nas diferenças que distinguem a visão humana da visão fotográfica, basta para explicar as causas de alguns fracassos. Antes de mais, o olho, por si só, não vê. Limita-se a compor na retina uma sucessão contínua de imagens primitivas, sem dúvida opticamente sinceras, mas a sofrerem contudo, os efeitos inevitáveis das distorções…
Cerca de 130 milhões de receptores transmitem ao cérebro esses primeiros dados tirados de duas imagens simultâneas da retina, completamente diferentes, em que a fusão contribui, sem aliás ser o único elemento, para provocar a sensação de relevo. São estas impressões feitas ao mesmo tempo de sucessões e de persistências que, agrupadas numa síntese notável, corrigidas pelos hábitos, pelas noções adquiridas, as definições convencionais, contribuirão para a formação da visão humana. O olho, admirável até nos defeitos, é inseparável da inteligência, da sensibilidade, da imaginação que se associam para interpretar os seus dados primitivos. Só nos dá da verdade absoluta, real, concreta, do mundo que nos rodeia, verdades relativas, múltiplas, fugitivas, acomodadas, profundamente subjectivas e diferentes de um observador a outro.
Que parte da verdade científica, geometricamente analisável, poderá subsistir numa tal composição?
Essa imagem Intelectual que conservamos no fundo da memória é a única verdade que nos interessa, e só nos poderá emocionar a imagem que nos recordar ou sugerir a impressão sentida através dos meandros da nossa sensibilidade e da nossa inteligência. É necessário para tal, que a ciência e o engenho se aliem para negar a verdade científica em tudo o que ela tiver de absoluto, para nos restituir a nossa verdade subjectiva, profundamente humana com tudo o que implica de correcções, de aberrações, de convencional…
A visão humana possui no mais elevado grau o dom da selecção: o olho vê muito, observa menos, e retém o essencial…
A visão fotográfica, pelo contrário, tende por natureza a ver tudo, a tudo reter. Esta qualidade, tão preciosa em certos domínios, é preciso ser combatida para se conseguir obra válida. Tudo se limita, na verdade, a atenuar o acessório, a reforçar o essencial, a eliminar o supérfluo, numa palavra, a humanizar a nossa visão fotográfica.
Esse essencial pode porém ser imenso. Pode ser uma ideia de ambiente, de profundidade, de multidão; a objectiva grande-angular e a normal são inultrapassáveis neste domínio. Pode tratar-se também de um pormenor isolado, isento de qualquer floreado acessório; as grandes focais dão-nos aqui soluções mais elegantes do que a ablação à guilhotina de tudo o que ultrapassa o assunto principal, em uma ampliação excessiva.
Mas o jogo de possibilidades atinge o seu máximo de interesse quando o tema que escolhemos implica, não uma selecção em superfície, por corte ou enquadramento, mas pelo contrário uma selecção em profundidade, quando o assunto se torna inseparável da sua ambiência, quando se torna necessário manter o acessório evitando porém que tome o passo sobre o principal.
Permitindo-nos variar o que chamamos vagamente a perspectiva e que não passa da relatividade da representação das massas em presença, fazendo de profundidade de campo que se torna cada vez menor à medida que a focal aumenta um defeito erigido em qualidade, as focais múltiplas abriram largamente a porta a todas as variações possíveis sobre um tema único.
.
Adaptado de “Almanaque Português de Fotografia” edição de 1958

Depois da Curva

Depois desta curva, logo a seguir à cabine, entra-se em Portugal. No meu Portugal; onde não há governantes, nem políticos nem regulamentos da CEE, nem ASAE, nem Repartições de Finanças, nem essa trapalhada toda com que orientam os nossos destinos... Depois desta curva, entras no País da Liberdade.
Resta saber se tens coragem para viver em liberdade...
Foto: LUIS RAPOSO

A Barra Foi Assim

Foto: LUIS RAPOSO

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Ferramenta

Descobri uma ferramenta muito útil para se perceber a diferença do ângulo de visão entre as câmaras analógicas e as digitais utilizando a mesma objectiva.
A ferramenta é da Tamron e tem objectivas desde os 11mm. Podes ver aqui:

Amanhã, Podia Amanhecer Assim...

Foto: LUIS RAPOSO

Por Pomares

Foto: HENRIQUE RAPOSO

Não é Um Desafio; é um Challenge...

Para disparar à toa. Moderno q.b. para quem gosta dessas coisas.

O "AMETHYST" e o Molhe em 1974

Foto: LUIS RAPOSO
Foto: LUIS RAPOSO

Película de 35mm Hauff - Pancola

Nos idos anos 50, o filme Hauff era um dos que se utilizavam lá por casa. Já que vos dei a conhecer o Fortepan no artigo anterior, não queria deixar de vos falar um pouco sobre esta película que já não existe e a que também não se faz referência em qualquer artigo publicado na net. Corri páginas e páginas e apenas apurei a informação que o fotógrafo polaco Adam Bién (1899-1998), trabalhou com este filme durante uma determinada época...
Sabemos que em Portugal, o importador e distribuidor era a firma F. Costa, Ldª., conforme pude observar no Almanaque Português de Fotografia, edição de 1958. O leque de produtos era vasto, com três químicos específicos para revelação de película, o Ortonal, de grão fino, o Atofin, de grão extra-fino e o Tanhol, concebido propositadamente para revelações em tanque; Dois reveladores para papel, um fixador rápido e uma solução reforçadora de cobre.
.
Como não sou de ficar contente com pouco, andei à procura de negativos no arquivo e descobri um dos filmes Hauff - Pancola, 35mm com precisamente 53 anos de onde scanarisei a imagem seguinte, livre de qualquer retoque.
.
Foto: VEIGA RAPOZO
.

Película Fortepan

Formato 35mm com ISO 100 a um preço muito convidativo.
Em Portugal, este filme está a ser comercializado pela firma Niobo que se apresenta desta forma:
A Niobo foi fundada por dois entusiastas da fotografia. Após uma busca intensiva das opções existentes no mercado, constatámos a reduzida oferta de acessórios básicos para melhorar a qualidade das fotografias, sem para isso necessitar de efectuar grandes investimentos. Infelizmente a maioria do equipamento no mercado é especialmente concebida para fotógrafos profissionais, e, por conseguinte, bastante dispendioso. Neste sentido surgiu a Niobo Lda. em finais de 2006.
Sobre a qualidade da película: ... "os primeiros rolos de fortepan que fiz, com já disse em outros posts, foram em iso 80. certa vez li um artigo do professor enio leite, da escola focus, sobre o iso correto do fortepan ser 80 e não 100. além disso, conversando com o sidney, do labextra, fiquei sabendo que o filmezinho húngaro tem uma certa deficiência nas baixas luzes quando revelado com d-76. então, parti de cara com iso 80." Ler O Artigo completo em:
Ainda +
... "engraçado que o filme, apesar da incrível falta de capacidade em reproduzir duas vezes o mesmo resultado, me deu imagens que gostei muito, princpipalmente pelo look antigo que ele tem. é complicado explicar, mas ele trabalha o contraste como filmes antigos fazem - até mesmo porque sua emulsão, tecnologicamente falando, é bem velha. ele não dá o mesmo contraste linear que dá um hp5, por exemplo. tem baixas luzes muito densas, uma grande fidelidade nas médias (principalmente media baixa) e reproduz muito bem as altas. é um filme extremamente estranho. e, talvez por isso que eu tenha gostado. o grão, por ser iso 100, é grande. mas, não chega a ser maior do que um pb iso 400. é apenas maior que um iso 100 convencional/moderno."
Em:
.
Estou tentado a ensaiar este filme, mas como o valor de transporte é caro, fica aqui o convite para o pessoal do Porto que queira partilhar o custo. Basta incluir um comentário com essa indicação.

Eles Andam Por Aí...

Pelo Porto. São cada vez mais os patos bravos que fazem ninho por cá. E cuidado com eles, com esses que não voam...
Foto: SÉRGIO FIGUEIRA

domingo, 26 de outubro de 2008

Linha d'Água

Foto: LUIS RAPOSO

Resistente

Foto: LUIS RAPOSO

O Lugar

E as pessoas que nunca nenhum ministro viu.
Foto: LUIS RAPOSO
Foto: LUIS RAPOSO
Foto: LUIS RAPOSO

sábado, 25 de outubro de 2008

A ÁGUA

Foto: LUIS RAPOSO
.
A empresa Bechtel, com sede na Califórnia, tinha recebido em concessão, por 40 anos, as águas de Cochabamba. Toda a água, incluindo a água das chuvas. Mal se instalou, triplicou as tarifas. Explodiu um motim, e a empresa teve que sair da Bolívia. O presidente Bush apiedou-se da expulsa, e consolou-a concedendo-lhe a água do Iraque. Muito generoso da sua parte. O Iraque não é só aniquilado pela sua fabulosa riqueza petrolífera; este país, é a mais rica fonte de água doce de todo o Médio Oriente (rios Tigre e Eufrates), é condenado ainda ao saque da água.
.
O mundo está sedento. Os venenos químicos apodrecem os rios e as secas exterminam-nos; a sociedade de consumo consome cada vez mais agua, e a água é cada vez menos potável e cada vez mais escassa. Todos dizem isso, todos sabem: as guerras do petróleo serão, amanhã, guerras da água. Na realidade, as guerras da água já estão a verificar-se. São guerras de conquista, mas os invasores não lançam bombas nem desembarcam tropas. Viajam vestidos como civis estes tecnocratas internacionais que submetem os países pobres a um estado de sitio e exigem privatização ou morte. As suas armas, mortíferos instrumentos de extorsão e de castigo, não fazem volume nem provocam ruído. O Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, dois dentes da mesma pinça, impuseram, nestes últimos anos, a privatização da água em 16 países pobres. Entre eles, alguns dos mais pobres do mundo, como Benim, Níger, Moçambique, Ruanda, Yemen, Tanzania, Camerúm, Honduras, Nicarágua… O argumento era irrefutável: ou entregam a água ou não haverá clemência com a dívida nem empréstimos novos. Os peritos também tiveram a paciência de explicar que não faziam isso para desmantelar soberanias e sim para ajudar a modernização dos países afundados no atraso pela ineficiência do Estado. E se as contas dá água privatizada são incomportáveis para a maioria da população, tanto melhor; para ver se assim, se desperta finalmente a vontade de trabalhar e de superação pessoal…
.
Na democracia, quem manda? Os funcionários internacionais das altas finanças, votados por ninguém? Em finais de Outubro do ano passado, um plebiscito decidiu o destino da água no Uruguai. A grande maioria da população votou, por esmagadora maioria, confirmando que a água é um serviço público e um direito de todos. Foi uma vitória da democracia contra a tradição de impotência. O plebiscito do Uruguai não teve nenhuma repercussão internacional. Os grandes meios de comunicação não se inteiraram desta batalha da guerra da água, perdida pelos que sempre ganham; e o exemplo não contagiou nenhum país do mundo. Este foi o primeiro plebiscito da água e até agora, que se saiba, foi também o último.
.
O original encontra-se no semanário Brecha, Montevideo, 11/Set/05.
.
E em PORTUGAL?
Por cá a situação também é muito grave!
Em luta pela água pública
.
A privatização da água, e em especial dos sistemas de abastecimento de água, tem suscitado mais sensibilidade social e mais oposição pública que as privatizações de outros sectores também fundamentais. Em todo o mundo há conflitos e há vitórias das populações na defesa da sua água. E, se é ainda uma percentagem diminuta dos interessados que se envolve nestes confrontos, a cada dia somos mais numerosos e a intervenção é mais abrangente.
Mas a nossa tarefa não é nada fácil. A privatização da água avançou muito em Portugal e noutros países. A crise profunda do sistema capitalista torna os adversários mais empenhados e agressivos, mas também despertará outros que juntarão às nossas as suas forças.
A campanha conjunta de organizações é um passo enorme na luta pela “água de todos”, que sairá fortalecida e enriquecida deste encontro.
Temos um trabalho duro e imenso pela frente. Mas juntando esforços, ficamos mais perto da vitória.
.
Excerto
Saber mais em:
.
Espoliação da água instituída pela Lei da Água e pela Lei da Titularidade
aprovadas em 2005.
Apelamos para a divulgação e sensibilização das pessoas a este ataque, à mobilização para que se defendam.
E quem não subscreveu ainda o abaixo-assinado, pode fazê-lo agora e deixe a sua mensagem.
.
Tudo sobre a água em: Associação Água Pública

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Convite

Foz do Douro, Objectivamente

Foto: ARMINDO MOREIRA

Foto: ARMINDO MOREIRA . Para ver a colecção, há que fazer uma visita a:

http://f3hp-objectivamente.blogspot.com

Cordas Pela Manhã

Pois foi... Logo pela manhã, comecei com:Mesmo antes de adicionar aqui estas pequenas informações.
Podes ouvir parte do que eu ouvi se te ligares aqui: http://www.sternsmusic.com/disk_info.php?id=wcd079 . Ou, directamente a cada uma das faixas aqui: Track# / Song name time 01 Si Naani 10:31 02 Elyne Road 08:50 03 Ali Farka Toure 06:20 04 Kaounding Cissoko 06:27 05 Ismael Drame 05:45 06 Djourou Kara Nany 06:53 07 El Nabiyouna 06:03 08 Cantelowes 06:57 Play All Tracks

"De Corpo e Alma"

As Inscrições terminam já no fim deste mês. Deverá ser consultado o Regulamento disponível neste sítio.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Eles São UMA PRAGA

Pois é, não conseguimos ver-nos livres deles... Um gajo bem os sacode, mas há sempre alguém acima de nós que tirando proveito disso, protege, legisla e além de nos acusar de xenofobia ainda acrescenta o crime de defendermos os nossos valores, a nossa cultura, o nosso território, enfim, a pátria portuguesa.
Eles são uma praga.
Sempre recebidos como iguais, embora diferentes, pois claro, suavemente repreendidos e poucas vezes admoestados, carregaram-se de queixumes e afirmaram-se vítimas de descriminação.
Nunca entendeu essa praga, que sendo "visitas" (quase sempre sem convite), deveriam pelo menos, respeitar quem os acolhe. Galgaram sempre as fronteiras da boa convivência e do bom relacionamento, chularam, aldrabaram, vigarizaram o nosso povo e os interesses do estado; carpiram-se, indignaram-se sempre que alguém lhes fez frente... Auto-apelidaram-se de vítimas mas são os carrascos do povo árabe... Atrevem-se pelo mundo fora, saqueando e corrompendo...
Para mim são uma praga e as pragas combatem-se. Gafanhotos, piolhos, percevejos, mosquitos ou ratazanas, Sendo praga combatem-se.
E tudo isto a propósito de quê?
Sou português. Falo a língua portguesa, preservo a cultura portuguesa e os valores que a modernidade passou a considerar ultrapassados...
Sinto-me indignado com o que um desses percevejos escreveu e aqui transcrevo:
.
"Let's first take a look at the country where I spent much of my youth until returning to the United States in 1978. It is only proper that I describe that place ahead of the others."
.
PORTUGAL
"A pestilential place with a long history of brutal colonialism, failed cuisine, and ugly inbred natives. Rape is the national sport."
.
"There are a few other countries in Europe. I have not mentioned them, as I have no problem with Swiss chocolate, Danish butter, Austrian governors, or Viking helmets.All in all, these are good things."
.
Podes ir confirmar a:
E aconselho-te a fazer como eu e não lhe deixar qualquer mensagem. A essas provocações devemos responder de forma activa. Acabar com a praga.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Local de Trabalho

Foto: LUIS RAPOSO

Hoje São Adultos.

E a Escola foi encerrada por ordem dos democratas no poder.
. Foto: LUIS RAPOSO

Pedaços do Norte

Foto: LUIS RAPOSO
Foto: LUIS RAPOSO
Foto: LUIS RAPOSO
Foto: LUIS RAPOSO

Doca Seca de Leixões

Foto: LUIS RAPOSO

Movimento "IR" - Infravermelho

Foto: LUIS RAPOSO

No Cume

Foto: LUIS RAPOSO

Serenidade

Foto: LUIS RAPOSO

Restolho

Foto: LUIS RAPOSO

Jogos de Miudos

Foto: LUIS RAPOSO

Cumplicidades

Foto: LUIS RAPOSO

Obediência

.
"A obediência dos povos alimenta a tirania dos governos."
.
AGOSTINHO DA SILVA

terça-feira, 21 de outubro de 2008

O Frio do Norte é Quente

Foto: LUIS RAPOSO
Foto: LUIS RAPOSO