Denomina-se turista o indivíduo que se desloca para outras
regiões
ou países com a finalidade de passar momentos de lazer,
conhecer outras culturas, visitar lugares específicos
que estão ausentes na região da residência habitual, etc.
ou países com a finalidade de passar momentos de lazer,
conhecer outras culturas, visitar lugares específicos
que estão ausentes na região da residência habitual, etc.
A partir desta perspectiva, entende-se que o papel de
turista é o de consumidor
de serviços relacionados ao transporte e à estadia em
outras regiões.
Este personagem é o destinatário da actividade económica
que
movimenta grande quantidade de dinheiro por ano.
Os governos costumam desenvolver
políticas convenientes para receber os turistas
que consomem no país e promovem
o comércio.
O
Porto está em destaque num extenso artigo da revista alemã "Der
Spiegel" intitulado "Paraísos perdidos: Como os turistas estão a
destruir os locais que amam"
O "cartão
de visita" apresentado a um dos autores do texto, na receção de um hotel
portuense, apontam o centro histórico, o rio Douro e a famosa Livraria Lello,
com referência às visitas frequentes de J.K. Rowling quando viveu na cidade nos
anos de 1990 e que serviu de inspiração à saga do jovem feiticeiro Harry
Potter.
À chegada à
centenária "catedral dos livros" sobressai a longa fila de visitantes
de diferentes países. Mas para entrar é preciso aguardar numa longa fila -
"com barreiras de controlo como no chek-in do aeroporto" - para
adquirir o bilhete de entrada, no valor de cinco euros, que é possível
descontar em compras de livros.
A "Der
Spiegel" reconhece que no interior "a livraria é tão bonita como nas
imagens" que a tornaram uma atracção turística mas, refere que os
visitantes, mais do que comprarem livros, aproveitam a visita para tirar
fotografias com os "smartphones".
Há poucos anos a
Lello estava à beira da falência, "não tinha falta de visitantes, mas o
problema era que as pessoas compravam cada vez menos livros". Foi então
que alguém sugeriu que a loja deveria começar a cobrar uma taxa de entrada de
cinco euros. "Pode ter parecido uma loucura na época, mas actualmente
quatro mil pessoas visitam a Livraria todos os dias enquanto, durante o verão,
o número de visitantes sobe para cinco mil. A loja teve 1,2 milhão de
visitantes em 2017 e faturou mais de sete milhões de euros".
A Livraria
Lello, "em última análise, parece mais um museu ou um cenário de teatro do
que um local real" e é por isso um exemplo "da natureza predatória do
turismo moderno - um estilo de viagem que devora todos os lugares
bonitos".
Para os
residentes do Porto, a Livraria é um reflexo do crescimento económico dos
últimos anos, impulsionado pelas viagens "low cost".
Apesar deste
aumento massivo de turistas, o Porto continua a acolher os visitantes de braços
abertos.
O artigo
exemplifica ainda a "destruição" dos locais mais bonitos dos destinos
turísticos com a "transformação em museus e parques temáticos" e
a criação de "zonas para turistas, onde os moradores até podem
trabalhar, mas certamente não vivem". E exemplifica: "os turistas
sentam-se em restaurantes tradicionais desprovidos de moradores enquanto observam
outros turistas". "Às vezes, realmente parece uma invasão turística.
Eles vêm, ficam pouco tempo e depois vão embora, mas agem como se fossem donos
das cidades que visitam".
A "Der
Spiegel" conclui que "os residentes (...) são talvez os maiores perdedores"
e em algumas cidades europeias já começam a sentir-se ameaçados pela invasão de
turistas e como parecem estar a controlar tudo. Em Maiorca (Espanha) ativistas
escreveram "vão para casa" em muitos locais frequentados por
turistas. Em Palma até lhes atiraram excrementos de cavalo. Em Barcelona
empurraram ciclistas em passeio e insultaram estrangeiros nos cafés. Na cidade
de Veneza (Itália), autoproclamados piratas impediram a entrada de navios de
cruzeiro no porto local.
"O turismo
é um fenómeno que gera muitos lucros privados mas também muitas perdas
sociais", defende Christian Laesser, professor de turismo na Universidade
de St. Gallen, na Suíça.
Além disso, as
infraestruturas do sector estão a sentir a pressão da massificação do turismo.
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