terça-feira, 11 de novembro de 2008

Ainda Sobre o FORTEPAN

Recebi ontem, um pedido de opinião sobre esta película, no comentário anexado ao artigo anterior ("O Meu Primeiro Ensaio com FORTEPAN") e que me foi endereçado pelo Pedro P. Augusto. Antes de ter editado esse mesmo artigo, tinha enviado por mail a mesma imagem ao Duarte Fonseca dando-lhe conta da revelação que tinha ensaiado, pois também ele está a experimentar esta película pela primeira vez.
Se um ficou com a impressão que há pouco contraste no resultado, o outro ficou com a noção de que o grão é exagerado. Estas duas opiniões que são oportunas, merecem-me algumas considerações sobre o resultado obtido, sobre o revelador utilizado e sobretudo, sobre a imagem final.
Vou começar pelo Revelador; O HC110 é um excelente produto que me habituei a utilizar há já mais de trinta anos. Nessa altura, havia no mercado uma enorme quantidade de diferentes películas, incluindo as especiais, apareciam os cristais de prata de forma tubolar e os filmes cromógenos... As emulsões que eu mais utilizava eram o Tri-X, o Agfapan e o Perutz, mas de vez em quando gastava uns filmes Recording da Kodak e o HC110 dava para tudo e cumpria muito bem o seu papel, de acordo com as diluições aconselhadas. É um revelador de grão médio com muito boa acutância e muito versátil.
A película FORTE é uma daquelas cuja emulsão não tem cristais tubulares e portanto, o seu grão ser mais suave e definir de forma menos acentuada os limites do branco para preto. É uma película de boa qualidade, com essas características próprias numa fórmula antiga.
Estou convencido que se a revelação do filme for executada com um revelador de grão fino tipo D-76 ou, o seu equivalente ID-11, os resultados serão de melhor qualidade. Os reveladores Microphen e Rodinal são capazes de dar resultados espectaculares com este filme, mas ainda não ensaiei qualquer um, portanto, fico-me pelas suposições...
Os tons cinza, essa gama completa e os negros profundos que se esbatem até aos tons sete e oito, são na minha opinião uma prova da boa gradação da película e de uma regulação de sensibilidade acertada. Não acho que o filme seja pouco contrastado.
O Grão, como já disse, pode ser reduzido com a utilização de outro tipo de revelador. Estou a aguardar a chegada do Rodinal à "Macro-Zoom" para revelar os próximos rolos... Mas ainda sobre este assunto e esta imagem, devo esclarecer que o fotograma de 35mm foi scaneado com uma resolução de 2.700 pix no Coolscan III, a imagem foi reenquadrada com um "crop" e reenquadrada novamente (se repararem bem, a tira dada como exemplo, é mais panorâmica que a imagem final), e está apresentada com uma dimensão de 2.000 pix para se poder ver mais minuciosamente a textura dos cinza. Isso cria, claro, uma noção de granolosidade mais pronunciada. Não podemos esquecer-nos também que uma ampliação feita de um 35mm com passagem para formato digital tem outras implicações, nomeadamente de leitura. E ainda, o facto de nunca ter a certeza ou que o meu monitor está perfeitamente calibrado.
Foto: LUIS RAPOSO

Sem comentários: