terça-feira, 27 de dezembro de 2022

GIO BLONDE

 GIO BLONDE, LA SUBLIME ARTE DELLA PROVOCAZIONE

 

Foi um "chamamento" ou uma visão. Ou ambos.

Daí uma clara postura perante tabus, esquemas impostos, homologações. Fotógrafa, performer anti-modelo, Gio Blonde torna sublime a arte da provocação.

Através dos seus planos ela fala de amor, lágrimas, encontros indesejados, abandonos... O outro pode segui-la ou opor-se a ela, mas não pode ficar indiferente. A reacção e a transformação tornam-se assim fundamentais na sua linguagem fotográfica e performativa, dando origem a projectos sem qualquer censura de expressão. Autênticos manifestos de liberdade.

Nasceu inconsolável e hipercrítica, com um amor pela nudez. Não se cansa da nudez. Como linguagem fotográfica, como acto livre, como verbo. Mas isso não é uma falha ou um vício, é sim, uma maravilhosa "Matrix" em que vive.

Provoca o outro ao registar o que acontece, e fica constrangida pela ignorância… Tem vergonha do inepto, do castrado, do talvez, do nunca, do sempre, do não sei, do "queria mas não posso". Das promessas, especialmente as quebradas...

Ela experimenta a modéstia como a reserva mais profunda da sua própria esfera emocional.

Quando não é Gio Blonde, trata da reeducação e reabilitação de menores com dificuldades cognitivas e psicológicas na comunidade e na escola. Não sabemos mais nada.

«Exerço o direito e o dever de manter alguma forma de protecção da minha vida privada.»

A linguagem universal da arte que, na vida da performer originária de Cesena, ressoa como talento, disciplina, liberdade. A liberdade de escolher e realizar os seus desejos, de ser quem quer ser, não se conformando com papéis arcaicos e estereótipos primitivos ditados por uma cultura ignorante e machista.

Uma mulher num mundo de homens, que aprendeu a proteger-se daqueles que nem deveriam ser considerados como tal. Acha inaceitável perder tempo com reuniões e assuntos inúteis e sabe reconhecer a felicidade.

Junto com quatro autores/fotógrafos, ela é co-fundadora de um maravilhoso projecto em papel, a fanzine Patient.wolves, que se tornou um manifesto de liberdade, uma postura clara contra tabus, esquemas impostos, regras pré-estabelecidas. Um projeto sem censura de expressão.

O que as redes sociais não permitem, um espelho desta sociedade tão amedrontada com qualquer forma de “vida” longe da sua zona de conforto.








 

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