quarta-feira, 28 de setembro de 2011

MANIFESTO que aqui partilho.

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Fechem as rádios, fechem os jornais e a televisão
privatizem a democracia e a liberdade de opinião
guardem os nossos direitos, pisem nos decretos
promulguem leis pronto a vestir, se acharem certo
excluam-nos... construam muros e muralhas
protejam os vossos bens com homens e metralhas
partam as nossas casas, em seu lugar edifiquem condomínios
para esfregar na nossa cara o vosso domínio
intimidem-nos... unifiquem o nosso pensamento
façam-nos uma lavagem cerebral enquanto é tempo
enquanto gritamos com a boca fechada e nos manifestamos nos cadeirões da nossa casa
domestiquem a justiça, façam obras de cosmética
finjam que exercem com nobreza a função idílica
promovam banquetes, danças, obras, mesas e mandem-se rosas
promovam na TV a triste realidade cor de rosa
bebam champagne, comam caviar e durmam sossegados
falem de negócio e negoceiem essa geração de formatados
programados, alienados, uniformizados, robotizados
que não vê, que não ouve, que não sente. E não quer mais sentir por medo da bala
essa geração que tem sede, que tem fome, que tem pena que tem raiva... mas não sabe de quê
vive acorrentada sem sequer saber porquê
essa geração de autómatos descendentes de nenhures
herdeira de um país alienado algures
silenciem-nos... queimem o nosso microfone
se somos miseráveis deixem-nos morrer à fome
impeçam-nos... de criar e de levantar a cabeça
para que não possamos mostra ao mundo que a gente também pensa...
... na sensação de estarmos amarrados dentro de nós mesmos indefesos
podemos ir a qualquer lado, mas ainda assim continuamos presos
a informação que vem decapitada, mutilada, aleijada, censurada, sem nada
as panelas que permanecem no fogo, a cozinhar nada
silenciem o pensamento daqueles que vivem calados de boca aberta
calem o barulho surdo do nosso grito mudo
talvez a hora seja esta, enquanto andamos sem pernas, de braços atados
A um milhão de moradias devidas ao eleitorado
ergam barricadas, deixem-nos sem saída
pisem sobre o nosso espirito leiloem essas vidas
encarcerem a nossa inteligência, exilem as alegrias
sepultem a liberdade do poeta sem poesia
que não mais vê seres humanos, apenas vultos acabados de emergir do sepulcro
encham barris de fino, façam maratonas e vivam a vida à grande
mumifiquem-nos aos poucos e deixem-nos exangues
deixem os mares sem peixes, as florestas sem arvóres, os rios envenenados
deixem-nos sem nome!!!
aí sim, entenderão então QUE O DINHEIRO NÃO SE COME!!!
por: Flagelo Urbano

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